Pés
Kelly Cristina Cândido De Souza
Nos descompassos do desvario vejo rostos que são de todos e não tem cara certa.
No descompasso da vida louca os pés que caminham já seguem sozinhos pela rua, Estrada ou qualquer labirinto que os caiba.
Sinto-me enclausurado, espurgado da realidade e minha cabeça doi.
Meu peito doi.
Minha vista cansada sente as letras escorrendo pelo papel.
As palavras já não formam frases.
O texto está descomposto, quase nu de sentido.
Na rua, quando chove eu me escondo.
Mas, não me escondo porque me molho, me escondo pelo costume de me esconder.
Me acostumei.
Ser gente é cansativo, nunca fui um cão...
Ser homem é às vezes intolerável.
Ser menino também era.
Acho que sempre vou reclamar.
Me sinto bem quando reclamo.
Vou alí fora deixar os pés seguirem sozinhos seu rumo.
Eles sempre encontram o caminho.
Eu é que não me encontro.
2 comments:
doido demais esse poema! aqui o meu eu mudei pq perdi a senha...apesar de ter lembrado dela agora...hehehe: www.ovocito2.blogspot.com
valeu pelo sabado...chegou bem né? bjin!
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