August 23, 2006

Ode à mulher que sofre

Não há nada mais belo do que os olhos da mulher que sofre,
Não há nada mais belo que o cair das lágrimas, as palpebras pesadas e cerradas.

Há um tom severo, um quê de austero, uma mágoa frágil e carmesim.
A mulher que sofre carrega consigo motivos fortes, muita tristeza e certezas...

Há desilusão.
Desilusão dos dias,
Desilusão das horas,
Desilusão ds falas, daquelas falas que o silêncio não cala.

Há na mulher que sofre a síntese das dores.

Nela o olhar é nuvem carregada, cinza.
Nela o peito é contrição.
Nela a voz é emudecimento.
Nela há o mistério do eterno,
Do sagrado e a profanação.

2 comments:

Anonymous said...

Amulher, carne e osso
A flor da pele
não ser divina
não ser uma mariela
ter a melancolia
ter o direito profano
Ser instinto e emoção
Não ser passiva
desse jeito é tão bom,
Ser mulher

Por solange maria

Fabiana said...

Seu poema me lembrou uma letra...

"Que mistério pode haver
Na lágrima de uma mulher
Quando abre o seu segredo?
Que momentos de aflição
Há no tremor da sua mão
Onde esconde os seus medos?

No abandono do teu pranto eu me perdi
Não sabia o que dizer pra consolar
Tive raiva
Dessas mágoas que puseram em você
Tive pena
Dos que nunca te puderam conhecer

Eu sinto muito cada dor que te marcou
Ou que modificou seu jeito de amar
Os estragos improváveis
De um carinho te curar
Os escudos invisíveis
Para um homem penetrar".